quarta-feira, 26 de março de 2014

Exportadores Investem em Logística na Amazônia

Está em curso um ambicioso programa de investimentos privados destinado ao escoamento, pelos portos da região amazônica, de grande parte da safra de grãos - soja, milho e farelo de soja - produzida no Centro-Oeste.

O objetivo é superar, a médio prazo, os gargalos no transporte ferroviário, rodoviário e hidroviário presentes nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, que ameaçam a competitividade do agronegócio brasileiro, principal pilar das contas externas, com superávit comercial anual de cerca de US$ 80 bilhões.



Os principais grupos exportadores de grãos (Bunge, Cargill, Maggi e Dreyfus) e a Estação da Luz Participações (EDLP) desenvolveram o projeto Pirarara, que prevê investimentos de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões para criar três ramais ferroviários: entre Sapepal, em Mato Grosso, e Porto Velho, em Roraima, para embarque na hidrovia do Rio Madeira; entre Sinop, em Mato Grosso, e Miritituba, no Pará, onde será usada a hidrovia do Rio Tapajós; e entre Água Boa, em Goiás, e Campinorte, em Mato Grosso, onde está a Ferrovia Norte-Sul.

O projeto depende do governo federal, pois contempla uma mudança no programa federal de concessões, que prevê, atualmente, apenas um ramal no Estado de Mato Grosso, ligando Lucas do Rio Verde a Campinorte, onde se integrará com a Norte-Sul. A EDLP pretende encurtar o trajeto em 500 km, permitindo reduzir em R$ 40,00 por tonelada o custo do frete.
Investimentos para viabilizar o transporte multimodal já estão em curso, mostrou reportagem recente do jornal Valor. A Bunge já investiu R$ 700 milhões numa estação fluvial de transbordo de cargas e um terminal portuário em Miritituba, prevendo escoar 2,5 milhões de toneladas de grãos nesta safra e 4 milhões de toneladas na safra 2014/2015. Hoje, para chegar a Miritituba, as cargas têm de ser transportadas pela BR-163, em mau estado de conservação, o que onera o custo do deslocamento da safra. Outras empresas já investem pesadamente em Miritituba, como Cargill, Hidrovias do Brasil, Cianport, Unirios, Chibatão Navegações e Reicon.

Até 2020, os investimentos nesses projetos de logística deverão permitir o escoamento de 50 milhões de toneladas de grãos por ano, propiciando uma grande economia em relação ao transporte hoje dependente de rodovias ruins e portos lotados, como Santos e Paranaguá.

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